sexta-feira, 12 de setembro de 2008

N+ (DS)

Pequeno ninja

Pequeno, rápido e mortal. Depois de conquistar fãs sorrateiramente por um simpático game em Flash para a Internet, o ninja de N pulou para dentro dos videogames, mas foi nos pequenos gafanhotos que encontrou um lar perfeito. A união entre fases curtas e rápidas – mas extremamente desafiadoras – e o perfil “jogue enquanto espera” do DS formou uma técnica de mestre: como um bom herói das sombras, ele vai roubar o seu tempo... e você não vai nem perceber.

Criado em 2005 por uma dupla de programadores, o N original – e, por conseqüência, a nova versão – tem idéias e mecânicas simples, mas que colocariam vários grandalhões no chinelo. No controle do pequeno ninja do título, o objetivo é chegar à saída de uma determinada sala cheia de obstáculos. Basta alcançar o botão que abre a porta e sair contente para o próximo desafio. Um feito tranqüilo, certo? Nem tanto.

O problema – e justamente a diversão – é que entre o pequeno guerreiro e sua vitória estão abismos, paredes, bombas e canhões laser prontos para reduzi-lo a pó... e basta um toque desses “vilões” para que isso aconteça. Sem espadas e sem magias para se defender, o herói tem que usar de toda a sua habilidade e velocidade para escapar desses desafios. E mesmo com quase nenhuma ação disponível – o único botão de jogo é o de pulo – poucos games dão tanto a idéia de velocidade e adrenalina tão bem quanto N+.

As fases tem pouquíssimos elementos, mas a sua disposição é o que faz toda a diferença. O principal truque do ninja é quicar entre paredes, e dificilmente você verá alguma fase em que você não precise fazer isso menos do que duas ou três vezes. Imagine isso: você acelera com toda força por um corredor, pula por cima de uma bomba no chão, encosta na parede e sobe quicando a todo vapor, para Mega Man X nenhum botar defeito. Mas lá no alto uma mira te espera e o tempo para pensar é curto: sem perder o ritmo, você deve aproveitar o último momento de segurança para voar até o lado contrário da sala.

O botão estava no ar, bem no meio desse último vôo, e o ninja cai magicamente na porta aberta. Parabéns, você venceu.

Essa mistura de balé com ninjutsu acontece perfeitamente em boa parte das fases, mesmo que numa primeira olhada a rota perfeita ainda esteja escondida. Felizmente, as fases podem ser reprisadas quantas vezes você quiser, e o pequeno N tem vidas infinitas – pode morrer a vontade. Quem já tiver melhor confiança em suas pernas e seu instinto ainda pode tentar capturar todas as moedas existentes em cada um dos labirintos, mas isso não é nem um pouco necessário se você quer apenas sair correndo e pulando por aí.

O número de saltos, obstáculos e armadilhas podem parecer assustadores para quem está apenas começando no Ninjutsu virtual. Mas nada tema, pequeno aprendiz: além de um tutorial, as missões de N+ progridem de uma forma bastante suave – diferente de Bangai-O Spirits, a primeira fase realmente foi feita para iniciantes, e os desafios mais avançados não exigem mais do que você já aprendeu. Apenas um pouco mais de reflexos e pensamento rápido. Não importa se você consegue terminar Mario Bros. com apenas uma vida ou nunca pegou em um videogame: N+ diverte.

O número gigantesco de missões bem curtas ainda faz com que o jogo seja perfeito para uma partidinha no ônibus ou na fila do banco. Se algum outro ninja estiver por perto, ainda é possível pular em duplas – só com dois cartuchos – ou mandar para ele uma fase que você mesmo fez.

Seja qual for o seu estilo, não há motivos para não deixar esse ninja entrar no seu bolso. Vista suas roupas pretas e mãos (ou pés) à obra.

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